A dúvida é um prazer?

A maioria dos seres humanos são aparentemente bem resolvidos, aparentemente não tem noias, nem conflitos internos, sabem o que querem e não tem medo de errar. Aparentemente, muito coisa parece legal, boa, responsável ou traz felicidades. Aparentemente o céu é azul, meus olhos castanhos, minhas pernas roliças e minha bunda redonda, mas isso é aparentemente. Estética, o mundo só de preocupa com o esteriótipo, com o exterior, com o palpável, com o tangível, vivemos num mundo de criaturas excessivamente alienadas e despolitizadas, interesseiras e arcaicas...
Tudo que vemos, é aparentemente o que vemos, mas é justo que seja assim, já que somos pessoas que vivemos de aparências. O que vemos é o passado sempre, o passado das estrelas, o passado das coisas e das pessoas, isso porque fisicamente falando a luz leva um tempo para percorrer o espaço e tudo aquilo que vemos é o passado. Estamos no presente contemplando o passado, que também agora já é passado, será mesmo que o presente existe?

É uma dúvida pertinente ao meu ver porque se já é fato comprovado fisicamente que contemplamos o passado, então talvez seja por isso que não conseguimos nos concentrar no agora, deve ser por isso vivemos nos espelhando no passado e imaginando o futuro, talvez esse seja o único presente que podemos ter... Questões metafísicas a parte, senti necessidade de postar um comentário acerca disso hoje, porque eu também estava pensando no passado e idealizando o meu futuro, e como tomei decisões que agora já são passado, mas que refletirão no que ainda estar por vir, eis que me surgiu a seguinte questão: Tem certas dúvidas que é melhor não se obter as respostas, pois a resposta pode ser uma certeza recheada de dor, na dúvida ainda mora algum prazer, na dúvida sempre há possibilidades e pelo menos dois lados, mas a resposta trás o universo da "certeza" e afirmar certeza de algo é também incorrer em erro. Em outras palavras, tem certas coisas que prefiro não saber, rsrsrs, ou saber e ignorar, viver naquela aparente sensação de conformidade, sentir é o que melhora e "atrapalha" o viver, e hoje por conta própria me atiro mais uma vez no rol dos alienados, de olhos vendados eu quero seguir... Pânico, terror aflição, cuidado comigo, dei férias ao coração, que foda-se o sentimentalismo, até agora só meu racional me levou a algum lugar!

Autoria: Poliana Lopes