Esse lado sensível meu

Fui hoje ao meu grupo médico e ainda me surpreendo com a capacidade de me divertir naquele lugar...
Tem pessoas muito boas ali, que me prestigiam e me acarinham... mas ainda assim...
...Desejo ardentemente ver essa fase da minha vida passar, porque por um lado continuo amando ardentemente a vida, mas um outro lado meu anseia se isolar, deseja se ausentar, diria até descansar e ir...
Parei de me importar com tanta coisa e sinceramente tem coisas que só passam pela nossa cabeça quando nos encontramos numa situação assim, não se é tão forte quanto se imagina numa situação dessas, olhar, julgar é sempre mais fácil quando não se sente na pele... Algo me diz que tenho que ignorar enjoos, medos, insônias, entre outros tipos de mau estar e desejos pessoais, "simplesmente" ignorar e sorrir...
E mesmo valorando a vida de forma imensurável sempre, parece que ainda assim agora a vida tem outra cor, outro significado e me vem com uma necessidade diferente estando aqui, estou num ponto em que parece que está tudo parado, mas não, aqui também as coisas fluem, decerto bem devagar, mas com certeza sempre...
... a vida é uma ciclo e as coisas mudam... Eu mudei, e do lado de cá o que mais importa pra mim agora é a sensibilidade humana, é o colocar-se no lugar dos outros, é a capacidade de sensibilizar-se, de aceitar, de perdoar, de acolher, de confortar, de se interessar, de cuidar...  tanta gente tem me surpreendido nessa fase, tenho recebido carinho e atenção de tanta gente que eu não esperava, apoio, força, visita, e-mail's, decepção quase nenhuma, e eu nem quero pensar nisso... pra que? Isso só atrasa e prejudica a minha situação...
Eu tenho pensado e tenho tentado decidir se aquele velho sonho não pode esperar, tenho pensado sobre o que realmente é importante, tenho pensado se não é hora de ter um acompanhamento psicológico, se não já é hora de casar, pensado se não é o caso de fazer a prova de transferência ou se não seria o caso de trancar? não sei...
Começei tudo tão bem, e agora me arroubam súbitos mau estar... fico recordando do professor de palhaçaria e o quão sabiamente ele dizia que um ser doente ou com dor não consegue manifestar sua personalidade, eu sou testemunha viva e afirmo com propriedade de causa o quanto isso é verídico... e a sensibilidade me rasga...
O Retrate encerrou ontem e por mais que ainda tenha o Encontrão em Salvador, é desoladora a sensação de vazio, porque eu penso que trancaria a faculdade, mas que ficar sem o Retrate, por mais cansativo e entendiante que as vezes fosse, vai ser um castigo...
Mas com a dor sensível a gente cresce, amadurece...
E eu?
Bom, eu vou vir aqui escrever um rimas, dedicar uns versos, enquanto penso, reflito, espero e meu futuro decido...